Blogue da produção da peça de teatro do dramaturgo galês Gary Owen que estreará a 28 de Janeiro de 2010 na Guilherme Cossoul. Com Guilherme Barroso, Helena Salazar, Oceana Basílio e Ruben Gomes. Encenação e tradução de Pedro Marques.

31/12/09

AMANTES AZUIS
































Marc Chagall. Amantes Azuis. É este azul que eu procuro...

23/12/09

IRMÃOS NA LUTA








































22/12/09

MAIS ELEMENTOS

Hoje fizemos 5/9 da peça em 1 hora e 5. Tirámos cinco minutos ao anterior registo. Estamos a ficar melhores. Mais precisos, mais concentrados. Navegamos cada vez menos na maionese.
Onde é este mundo de que Gary Owen fala? Definitivamente tem de existir primeiro nas nossas cabeças, sim, eu sei, mas, estará assim tão claro nas nossas cabeças? Não precisamos nós, desesperadamente, de começar a pintar com cores este nosso mundo? E que sons o habitam? Precisamos de começar a brincar com mais elementos. Precisamos de uma faca, urgentemente. Precisamos de lençóis novos na cama, de candeeiros, de mais uma cadeira? (Onde a pomos?) Precisamos de uma lata de cerveja. Lembremo-nos do bem que nos fez saber que o Darren faz chá. O frio do Inverno confirma-nos isso. Brrrr.
Que roupas para estes 4? A ideia do Verão/Inverno ainda se mantém? Não precisamos de os começar a vestir? Temos o casaco e os ténis do Darren, os saltos altos da Kelly, mas não temos ligaduras do Julian nem vestido da Tara.
E o espelho da Kelly?
Em que ponto é que estamos na criação do espectáculo? Entre faltas de comparência e ovos kinder avançamos com esperança de que este mundo submerso não se afogue.
Criámos, ainda assim, um grupo forte que seria desperdiçado se alguma coisa lhe acontecesse. Seria um desperdício deitar fora a disponibilidade, a generosidade, a coragem, a visão, a dedicação das poucas pessoas até agora envolvidas no projecto. Gastamos horas e horas de trabalho sem uma única recompensa que não seja a de estarmos juntos a brincar aos mundos submersos. Digo brincar, mas isto é claramente um eufemismo, como todos sabemos. Só imaginar que podemos realizar isto com um mínimo de apoios é uma enorme gratificação. Aliás, mínimo é mesmo a palavra de ordem deste teatro já que tem esse mesmo nome. Teatro Mínimo. E é assim, com um mínimo de dinheiro, com um mínimo de espaço (benditos aquecedores!), com um mínimo de abertura consegue-se o máximo de altruísmo, o máximo de lealdade, o máximo de um texto superior. Consegue-se contar uma história sobre um mundo esquisito, um mundo no futuro (ou no passado) que ecoa sempre o nosso mundo presente. Porque assim o queremos. Porque só assim sabemos fazer teatro.

Viver todos os dias com a falta que nos fazemos uns aos outros porque somos todos o mesmo.
Helena Salazar na caixa de comentários...

04/12/09

DIÁRIO DE BORDO

Nova disposição do cenário, nova vida. Tirámos a mesa, já não há diagonal, o espaço está maior, o público anda por todo o lado agora, na minha cabeça. Como se eu fosse uma câmara de filmar. A tentar ser Kinoglaz - o cine-olho.

Nova vida, a Kelly perdida, o Julian à deriva, o Darren contente com o seu cházinho e a Tara gostava mais da casa como estava.

Hoje foram três horas e meia sem parar. A tentar chegar àquilo que foi orgânico no domingo. Missão impossível. Não se pode voltar para trás. Apenas construir naquilo que já existe. Mas como fixá-lo na memória?


A PEGAR NA LUA COM A MÃO



25/11/09

CRÍTICA À ENCENAÇÃO DE MUNDO SUBMERSO DE WAYNE JORDAN

A visão apocalíptica de Gary Owen de um mundo onde a beleza é punida com a morte é uma parábola hiper violenta primorosamente escrita. Mas aquilo que a parábola diz sobre o nosso mundo não é, contudo, muito claro.
Estamos num mundo onde os belos foram perseguidos quase até à extinção
onde a beleza, ou "radiação", é tão temida que até os corpos não podem ser manuseados directamente ou vistos pelos "cidadãos" feios vulgares que os destroem. A maneira como os bonitos são sumariamente tratados é descrito com pormenor tanto que algumas das pessoas do público saíram a meio da representação a que assisti.
A visão de Owen é tão absorvente como confusa. É como se eles nos tivesse conduzido a um quarto escuro e depois nos largasse a mão.
Embora formule alguns pensamentos importantes sobre a veneração da beleza e sobre as intenções da burocracia e o ódio que levam as pessoas a cometer actos bárbaros, as suas melhores ideias estão enterrados na densidade do texto.
As quatro personagens da peça são simpáticas e grotescas à vez. O melhor de Owen é quando mostra a facilidade como os nossos desejos de amor e contacto físico podem ser transformados em inveja, ódio e num desejo sádico de destruir o que não se pode ter.
Tara e Julian (Marian Araújo e Matt Torney), dois belos escondidos do mundo, são descobertos pela oficial Kelly (Ruth McGill) que vê Julian e fica "infectada" pela sua beleza.
A fugir de Kelly e do esquadrão de polícia, Tara e Julian tropeçam no apartamento de Darren (Paul Reid), que há meses que não consegue sair de casa porque anseia estar na presença de algo belo. Meio-doido, convenceu-se que um "anjo", disfarçado de uma das muitas figuras bonitas de que se lembra constantemente, o virá salvar.
Tara e Julian acabam por confiar na ajuda de Darren.
Julian, a mais pura mas também a menos humana e complexa das personagens, confia nele imediatamente, enquanto Tara, a realista, permanece reservada. Os três formam uma união difícil.
As ideias mais poderosas no género da ficção científica mostram-nos o radicalismo lógico da nossa cultura e actuam como um aviso do que poderá vir a ser possível. A visão do mundo de Owen, nesta peça, é mais tortuosa.
Às vezes, esta visão parece ser uma pura inversão do nosso mundo.
Mas é esta simplificada noção de inversão
onde a beleza é destruída pela fealdade – que se perde e não ecoa completamente verdadeira. Há um sentimento de que Owen foi apanhado no seu mundo imaginário e de vez em quando se esqueceu de assentar as ideias em terreno firme.
O Mundo Submerso é uma peça dilacerante e a representação não apresenta falhas. A direcção de Wayne Jordan é também óptima e o seu espaço cénico simples e eficaz.
Mas ao mesmo tempo que nos desafia a pensar, perde a imensa força que podia ter, ao diluir uma mensagem poderosa numa mistura violenta de ideias.

Elizabeth McGuane
, 6 de Março de 2005.

A CASTIGAR AS PAREDES DO MAR



13/11/09

WASSILY KANDINSKY



11/11/09

SOU O ANJO QUE TE VEIO SALVAR



DROWNED WORLD NOS E. U. A.



Benjamin Summers, Andrea Skola, Ben Wolfe e Xochitl Romero numa encenação de Ken Webster.

O NOSSO AUTOR



Gary Owen.

ALGUMAS CRÍTICAS

Algumas críticas à produção original de Drowned World.
E o blog do autor Gary Owen.

NENHUM CIDADÃO O MONTARIA COMO SE FOSSE DONO DE TODA A RUA



09/11/09

HÁ BÊNÇÃOS QUE VÊM BEM DISFARÇADAS



Guilherme Barroso (Darren) e Oceana Basílio (Tara).

PEQUENA SINOPSE

Gary Owen cria um mundo niilista onde os imperfeitos, antes desprezados, tomam o poder, onde a sociedade urbana está doente e a atracção é fatal.

Uma feroz história de amor, revolta e beleza.
Numa terra onde a limpeza étnica dos belos chegou quase ao fim, onde a perfeição física destrói a vontade moral da nação e o sentimento de bem-estar da sociedade está em queda com o envenenamento da 'radiação', Tara e Julian esperam que a ordem chegue - eles têm de morrer. Darren acolhe o par que foge da patrulha, acreditando que Tara é o anjo que o veio salvar. À medida que Kelly, a oficial que obriga a cumprir as ordens, vai fechando o cerco e o incita a denunciar os dissidentes que ambos abominam, mas que secretamente desejam, forçando Darren a passar a medidas violentas para assegurar que o seu salvador fica em segurança.

ESTAMOS NO FUNDO DE UM VALE

























Ruben Gomes (Julian) e Helena Salazar (Kelly).

NÃO SEI SE SOMOS O MESMO

























Ruben Gomes (Julian) e Guilherme Barroso (Darren).

05/11/09


Guilherme Barroso, Helena Salazar, Oceana Basílio, Pedro Marques e Ruben Gomes

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